Diva e os betos altruístas.

Tenho umas amigas Divas que, muito recentemente, se voluntariaram para integrar uma associação solidária de recolha, e distribuição, de comida para os mais necessitados. Uma delas, ao falar-me um pouco sobre este projeto, confidenciou-me que a sua equipa de trabalho está recheada de betos altruístas. Isto deu-me que pensar, daí querer partilhar a seguinte reflexão convosco.

Já repararam que a maioria dos betos não tem, como amigos próximos, pessoas que vivem na linha de Sintra, entre Queluz e Massamá? E, já agora, que apenas 1 em 5000 se casa com um(a) pobre miserável, portador de um segundo nome digno de bairro social?

Também já se deram conta de quantas vezes, estes mesmos betos, deixaram pessoas que dão dois beijinhos completamente agarradas? E tudo porque um dia se lembraram que era amoroso dar só um? Ou que fizeram questão de criar uma língua própria, um misto de português com paralisia da fala, para se distanciarem da ralé? Sim, refiro-me a indivíduos que até o bobby tratam por você, mas que raramente apanham a sua merda do chão.

Então agora, por favor, expliquem-me o seguinte:

Se estas pessoas não se misturam com os mais pobres, só acasalam com gente da alta, e menosprezam aqueles que nem no Minipreço têm cunhas, ou que pagam para entrar no Lux, porque raio é que têm que se mostrar solidárias em associações para os mais desfavorecidos?

Não seria mais simpático, sei lá, serem menos elitistas e mais conscientes do próximo, no seu dia a dia? Ou preferem mesmo brincar aos pobrezinhos, como dizia a nossa querida Cristina Espírito Santo?

Apanhem menos sol nessas cabeças, por favor.

Love,

D.

7 Comments Add yours

  1. Jose Garcao says:

    gostei!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

  2. José Carlos says:

    Olá Diva. Que clarividência a tua. Atrevo-me a dizer que és a Maya da escrita, parece que tens uma bola de cristal na ponta dos tens dedos. Muito bem dito, essa escumalha polui a nossa sociedade. Ora, de manhã qualificam de chupistas quem precisa da Segurança Social. À tarde, amaldiçoam o serviço nacional de saúde e o sistema público de ensino. À noite, aparecem a dizer que gostam muito dos pobrezinhos. Sinceramente, era colocá-los em campos de reeducação como na China. Desabafos. Beijinho.

  3. Andorinha says:

    Olá, permites-me discordar completamente? Eu passo a explicar: fiz voluntariado durante anos, e pra meu espanto, entrei num grupo que é composto unicamente por betos com 5 apelidos, excepto meia dúzia de pessoas normalíssimas como eu. Nem um único destes miúdos aparece numa revista ou considera as pessoas “pobrezinhos”, ou que está ali a ajudar “menos favorecidos”. Estas pessoas com quem fiz voluntariado, e ainda são mais de 100, são genuinamente boas, e têm noção que são privilegiados.E não tem defeitos na fala, e normalmente dão dois beijos a toda a gente e deixam a cena do 1 beijo pra família, e tratam os filhos por você porque eles também foram tratados por você, mas tratam-se por tu entre eles. E garanto-te apanham merda que tu nunca apanhaste das fraldas de muito bom miúdo, e a troco de zero dinheiro, de zero visibilidade.
    Eu sei que escreveste um texto numa veia cómica e exagerado, faz parte do blogueio, mas neste caso estás a ser muito injusta, porque os betos que fazem voluntariado onde a tua amiga os viu, não são os atrasados mentais que vivem das revistas, são boa gente, pessoas que o fazem de todo o coração e cuja ajuda é tão importante como a tua e como a minha. Não é um exercício de hipocrisia, é efectivamente um exercício de altruísmo. E garanto-te que fazem compras em qualquer supermercado, tenho fotos! 😀
    http://candeia.org/

    1. Cara Andorinha

      Vivemos num mundo livre. Permito-lhe discordar completamente sobre tudo o que escrevo. Se não existisse discórdia, a piada teria sempre menos graça. Fico muito feliz que se tenha cruzado com pessoas boas e, se ainda não tinha percebido, estas pessoas de que falo (altamente estereotipadas) não são iguais a essas com quem se cruzou. E já agora, apenas para esclarecê-la, quando falo de betos falo efetivamente de pessoas que, não tendo necessariamente dinheiro, gostam de se distanciar do resto da população através de comportamentos que eu acho simplesmente ridículos, elitistas, pouco humanos e distantes da realidade que eu aprecio. Ser abastado, ou ter mais do que 5 nomes, não é sinónimo de se ser beto e de querer pertencer a esse grupo de gente ridícula que eu simplesmente desprezo. Teve direito ao meu comentário mais longo de sempre. beijinhos

      1. Andorinha says:

        Muito obrigada pela deferência Diva 😉
        Mas isso pra mim não são betos, são wannabees ou pura e simplesmente, malta mal formada e com graves complexos de adequação. Mas eu percebo o que quiseste dizer, e o que interessa é que a gente se entenda! Cá beijinho! :))
        Beijinhos cachopa, tudo a correr bem!

  4. José Carlos says:

    Eu adoro a central de propaganda dos betos que se dá ao trabalho de vir para os blogues “limpar” o nome deles. Ó Andorinha, se tivesses um pingo de decência estavas tu própria a “apanhar merda” como nunca nenhum de nós, os restos dos mortais, fizeram. A Andorinha jura a pés juntos que “são boa gente, pessoas que o fazem de todo o coração e cuja ajuda é tão importante como a tua e como a minha”. Bem, a minha tia clarisse trabalha numa dessas IPSS, conheces certo?, apanha “merda” como tu não fazes, e adivinha uma coisa: não é por altruísmo, é por necessidade porque ela precisa de ter dinheiro no final de mes para sustentar dois filhos. O mais engraçado é que os betos que gerem aquela IPSS – como tantas outras – gostam muito de “ajudar os outros” mas não se dignam sequer a pagar à minha tia e aos outros trabalhadores mais do que o salário minimo nacional. Portanto, ó Andorinha deixa-te de paleios, tu e os teus amigos betos, e deixa de brincar à caridadezinha. Existem profissionais para isso e pagamos impostos para isso mesmo: para sustentar o sistema que apoia os mais desfavorecidos. Melhores Cumprimentos

    1. Andorinha says:

      Não lhe vou responder, não vale isso.

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