Diva tem cérebro de Gorda.

Assim que começo a sentir o calor fico logo com mais vontade de ir treinar.

Percebo que, a qualquer momento, vou ter que enfrentar a praia e encho-me de forças para cumprir algumas regras como, por exemplo, não comer um croissant de ovo por dia, como de costume. E fazê-lo, trabalhando ao lado de uma padaria que os tem quentinhos todos os dias, é mais difícil que acordar às segundas-feiras. Acreditem.

As pessoas que gostam de comer, como eu, são muitas vezes mal interpretadas. Quando me ouvem dizer que como bastante, respondem-me que estou a exagerar e que, se comesse assim tanto como digo, pesaria mais do que peso.

O que não entendem é que o problema não está no corpo. Está na cabeça.

Eu, apesar de pesar 64kgs, se bem que também não sou magra, tenho cérebro de gorda.

E perguntam vocês: O que é ter cérebro de gorda, Diva?

Passo a explicar:

– É comer uma empada de manhã, juntamente com o café, e ficar a pensar na segunda até à hora de almoço.

– É repetir 3 vezes o arroz de polvo da minha mãe, morfar sobremesa, e às 2h da manhã atacar o tacho que ficou no fogão.

– É ir ao Costelão e nunca ter o sinalizador de madeira com o verde virado para baixo.

– É comer sushi alarvemente e depois passar a noite em branco porque diz que a comida crua é indigesta.

– É não conseguir passar à frente do Galeto sem entrar para comer um croquete.

– É nunca pensar em fruta.

– É beber chocolate com leite e não leite com chocolate.

– É sonhar com o rissol de camarão da Tasca do Manel e acordar com a almofada babada.

– É comer presunto à pazada sem pão, porque assim é que é bom.

– É falar várias vezes sobre comida à refeição.

– É ter um namorado que te diz que comes como um homem.

– É estar na bicicleta do Holmes Place a ver o Masterchef..

– É comer a melhor tagine de legumes do mundo, feita pela Sú, e chateá-la durante meses até ela me convidar novamente para jantar.

– É descobrir o Pato à Pequim do Clandestino e ir lá picar o ponto todas as semanas.

Também é ficar irritada sempre que passo pelo cabrão do croissant de ovo e não lhe consigo resistir.

Isto é ter cérebro de gorda.

Vou treinar.

Love,

D.

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