Estava eu sentada num banco de jardim do Príncipe Real, já passava das 23h, quando começo a avistar um ser do sexo masculino, digno de 1.85m, pele morena e mãos irresistivelmente tatuadas, que seguravam um cigarro e uma Super Bock. Caminhava como se estivesse num desfile do McQueen, transpirava aquele look negligé-chique, tipo London Style com uma pitada de Dark Side, que eu confesso que aprecio. Só lhe faltavam uns Creepers para atingir a perfeição. Mas ele tinha potencial, lá chegará, estou certa.
Já mais próximo de mim, percebo que carregava naquela face de anjo negro, uns olhos castanhos profundos e uns lábios de cair para o lado… Observadora compulsiva sem emenda, ainda consegui reparar que trazia uns pequenos alargadores que me fizeram crer que este senhor, minhas amigas, tem atenção ao detalhe…
Ainda sentadinha, e de telemóvel na mão pois estava à espera de um amigo, deteto que o dito cujo se começa a aproximar… As minhas mãos começaram automaticamente a transpirar, as minhas pupilas a dilatar e os meus olhos a desviar para o mupi da paragem de autocarro, numa tentativa de disfarce.
Já nervosa, percebo que a distância de segurança entre nós estava cada vez menor e, sem resistir, torno a olhar para ele. Não é que estava a sorrir para mim?! Era um sorriso aberto, do género raro e sincero. Não tive outra hipótese se não sorrir de volta, assim meio constrangida mas a dar tudo o que tinha.
E, neste preciso instante, pensei:
Tu queres ver que o homem da minha vida acabou de me encontrar?!
Estava radiante e, acima de tudo, crente.
Estávamos ambos apenas a cinco centímetros de distância, quando ele resolve sentar-se no banco. Sim, no mesmo banco onde estava eu…
Homem de outro planeta: Miúda, posso? – Disse, já sentado.
Diva: Claro… à vontade! – Disse eu, porém, com muito pouco à vontade.
Homem de outro planeta: Posso fazer-te uma pergunta?
Diva: Claro… à vontade! – E pimbas, repeti-me. Incrível. Não conseguia dizer duas seguidas. Estava com um grave problema de vocabulário e com falhas de comunicação evidentes no cérebro. Só me ocorria que ele me ia pedir para casar, e eu ali de All Star, apanhada desprevenida…
Homem de outro planeta: Disseram-me que o Trumps é aqui perto, sabes onde é? – e remata com um big smile absolutamente irresistível.
Diva: Não. É beeeeeem longe daqui.
Desorientada, tive o impulso de deitar a minha cabeça no seu colo e chorar um bocadinho. Mas, contive-me.
Como dizem as bimbas na imagem de capa do Facebook, O que não nos mata, torna-nos mais fortes…
Numa palavra: Foda-se.
Love,
D.
Fenomenal!! O que eu ri! 🙂