Disse que jamais me deslocaria ao cinema para ver as 50 Sombras de Grey porque não me apetecia encontrar, no mesmo espaço, miúdas de 15 anos com a pita aos saltos, casais de Chelas com blocos de notas, velhas ressabiadas a morderem-se de frustração, ou grupos de solteironas babosas a espumar boca fora por ver um gajo de chicote na mão.
Disse e cumpri.
Não fui ao cinema, é verdade, mas vi o filme do ano em casa no outro dia.
Vá, não resisti.
Partilho convosco algumas conclusões que retirei desta obra cinematográfica:
– Ao contrário do que se pensa, não é filme para ver com o namorado. O Grey é um pequeno que desperta nos homens muita inveja e nas mulheres um imenso rebarbanço inconsciente. A probabilidade deste visionamento a dois acabar em discussão é bastante elevada.
– As cenas de sexo do filme não me dizem muito. Para quem viu a Ninfomaníaca, ou a Vida de Adèle, as 50 Sombras de Grey são pouco mais picantes que os Simpsons.
– O facto da protagonista ser virgem quando vai parar às mãos do Grey, fez-me lembrar quando vejo um filme que até estou a gostar e, de repente, aparece um monstro que descredibiliza tudo. Não consigo encaixar.
– Também não achei bem que a melhor amiga da Anastasia fosse tida como uma baratucha. Qualquer uma, ao lado de uma virgem com quase 30 anos, parece uma putéfia. Não é justo.
– O Grey é um depravado muito suave. Nem obrigou a pequena a fazer de cinzeiro, nem a beber água da sanita, ou a envolver-se de azeite e gemas de ovo… acho que lhe faltou imaginação. As praxes da Lusófona são mais criativas.
– Fiquei com a sensação que, depois do filme, todas as bardajonas do bairro vão fazer da despensa lá de casa o seu Red Room. Como as pobres não têm a guita do Grey, os cintos da Dolci Gabbini vão substituir o chicote, as meias vão passar a vendas, e a colher de pau… bem, que seja o que Deus quiser.
– O Grey é tão rico mas tão rico que, na vida real, nem precisava ser tão giro. Mas pronto, nós agradecemos.
Ele é a coisa mais interessante do filme.
Porque é um BOM ator, claro.
Love,
D.
Não poderia deixar de dar uma sugestão de assessório indispensável para um quarto do prazer de curto orçamento e pequeno espaço. Em vez da aranha de fazer massagens na cabeça, que tanto prazer dá a Miss. Steele em muitas das educativas descrições da famosa obra, porque não uma visita ao Chinês para comprar uma escova de piaçaba e outros utensílios mais.
Basta apenas usar a imaginação e o céu é o limite.
Caríssima amiga 🙂 Sim, acho fundamental essa ida ao chinês. Há todo um mundo até 5€ que pode, e deve, ser conhecido. 😀 Bjos
viva o warez